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sábado, 24 de agosto de 2013

Modernismo

 Os autores de hoje são vistos como os pré fundadores do modernismo no Brasil, mas o Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma "escola literária", porque não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários, mas é marcado por algumas características em comum.

O momento histórico passa a interferir na produção literária, desenhando uma nova realidade marcada pela transição de valores étnicos, retratando a série de conflitos como o fanatismo religioso, as revoltas e as greves operárias. As obras são marcadas pelo conservadorismo, mantendo em sua estética os valores naturalistas, e pela renovação, onde mostrava uma íntima relação com a sociedade brasileira e as tensões vividas pela sociedade.        
Tarsila do Amaral, Operários
Tarsila, Abaporu
 Poucos conceitos serão tão vagos em arte quanto "moderno" ou este outro que costuma tomar seu lugar, "modernismo", uma vez que tudo que é moderno está condenado a deixar de sê-lo, arrastando depois atrás de si apenas essa sombra ainda mais difusa que se identifica pelo sufixo -ismo. Várias coisas e idéias são ou foram modernas conforme o lugar e a época em que se produziram. E freqüentemente, aquilo que é ou foi moderno aqui e agora tem pouco ou nada em comum com o que é ou foi moderno num outro lugar embora neste mesmo agora. Em outras palavras, as noções de tempo e de contemporaneidade, que parecem essenciais à ideia de moderno, não bastam para assegurar a esse fenômeno uma identidade fixa, que permita seu reconhecimento imediato tão logo se coloque sob os olhos de um observador. O moderno é de fato uma festa móvel, que se comemora e se brinca (uma festa é para se brincar, mais do que para se comemorar) sempre em datas diferentes em lugares diferentes e com roupas diferentes. Talvez sob essas festas móveis se encontre uma mesma estrutura e um mesmo desejo, feitos da vontade de deixar de lado (tanto quanto possível) aquilo que se fazia e partir em busca de uma aventura que permita olhar de outro modo aquilo que, não raro, continua a ser a mesma coisa. É que não importa que a coisa seja a mesma; importa é vê-la de outro modo. Assim é que numa mesma data ou quase (dois ou dez anos de diferença não são nada de decisivo para a arte) e às vezes num mesmo lugar (a Europa: quando vista pelos olhos continentais do Brasil, a Europa pode ser vista como um mesmo lugar, apesar das distinções locais), o que é moderno surge sob máscaras bem distintas.[...]
Tarsila, A gare



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