Os autores de hoje são vistos como os pré fundadores do modernismo no Brasil, mas o Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma "escola literária", porque não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários, mas é marcado por algumas características em comum.
O momento histórico passa a interferir na produção literária, desenhando uma nova realidade marcada pela transição de valores étnicos, retratando a série de conflitos como o fanatismo religioso, as revoltas e as greves operárias. As obras são marcadas pelo conservadorismo, mantendo em sua estética os valores naturalistas, e pela renovação, onde mostrava uma íntima relação com a sociedade brasileira e as tensões vividas pela sociedade.
 |
Tarsila do Amaral, Operários |
 |
Tarsila, Abaporu |
Poucos conceitos serão tão vagos em arte quanto "moderno" ou este outro que costuma tomar seu lugar, "modernismo", uma vez que tudo que é moderno está condenado a deixar de sê-lo, arrastando depois atrás de si apenas essa sombra ainda mais difusa que se identifica pelo sufixo -ismo. Várias coisas e idéias são ou foram modernas conforme o lugar e a época em que se produziram. E freqüentemente, aquilo que é ou foi moderno aqui e agora tem pouco ou nada em comum com o que é ou foi moderno num outro lugar embora neste mesmo agora. Em outras palavras, as noções de tempo e de contemporaneidade, que parecem essenciais à ideia de moderno, não bastam para assegurar a esse fenômeno uma identidade fixa, que permita seu reconhecimento imediato tão logo se coloque sob os olhos de um observador. O moderno é de fato uma festa móvel, que se comemora e se brinca (uma festa é para se brincar, mais do que para se comemorar) sempre em datas diferentes em lugares diferentes e com roupas diferentes. Talvez sob essas festas móveis se encontre uma mesma estrutura e um mesmo desejo, feitos da vontade de deixar de lado (tanto quanto possível) aquilo que se fazia e partir em busca de uma aventura que permita olhar de outro modo aquilo que, não raro, continua a ser a mesma coisa. É que não importa que a coisa seja a mesma; importa é vê-la de outro modo. Assim é que numa mesma data ou quase (dois ou dez anos de diferença não são nada de decisivo para a arte) e às vezes num mesmo lugar (a Europa: quando vista pelos olhos continentais do Brasil, a Europa pode ser vista como um mesmo lugar, apesar das distinções locais), o que é moderno surge sob máscaras bem distintas.[...]
 |
Tarsila, A gare |
Nenhum comentário:
Postar um comentário